sábado, 3 de março de 2012

Poder Sem Limites - Crítica por Lucas Rigaud

poster 05Jan2011  Quando vi o trailer do longa pela primeira vez, fiquei curioso. Um filme de gênero ação, com estéticas de filmagem estilo documental amador sempre me fascinou devido à sequências bastantes realistas e por ser uma estética nova no ramo da sétima arte, porém, poucos filmes desse gênero apresentaram uma história que realmente agradava, até o lançamento de Poder Sem Limites (Chronicle), caro raro (assim como a animação "Tá Dando Onda") de logas estilo documental que possui roteiro tão bom quanto o uso da técnica.

 A história começa a ser gravada pelo adolescente problemático Andrew Detmer (Dane DeHaan) que vive com a mãe doente e o pai alcoólatra e violento. Andrew vive uma vida não muito comum de jovens com sua idade, é um garoto tímido, de péssimas relações e excluído. Ao comprar a câmera que dá início ao filme, Andrew procura um jeito de fugir de sua solitária rotina e tenta se adaptar ao mundo real, não obtendo muito sucesso. Porém, ser chamado para filmar um estranho objeto encontrado pelo seu primo Matt (Alex Russel) e o atleta Steve (Michael B. Jordan), o garoto entra em contato com o estranho material encontrado, assim como os outros rapazes e, com isso, ganham incríveis dons especiais, começando a fazer deles uma arma de diversão que futuramente se tornará algo sério que precisa ser controlado.

 À primeira vista parece ser uma história simples, mas não se deixe enganar pela sinopse. Não irei contar mais a respeito da história para não transmitir spoilers. O roteiro é realmente bastante inteligente, porém há partes que este deveria ter desenvolvido um pouco mais, não muita coisa, até porque o filme possui apenas 1 hora e meia de duração, algo que também não foi colocado de forma tão prudente, você sai da sala com gosto de "quero mais" ou aguardando uma continuação. Apesar de pequenos desvios ao desenvolver a história, essa, por incrível que pareça, parece se encaixar de forma adequada levando em consideração ao tema. As atuações são boas e bastante realistas devido aos comportamentos de alguns adolescentes, também visando seus dramas familiares e sociais. Os atores são, provavelmente, todos desconhecidos, porém, eis um filme que marcará a estréia desses talentosos jovens no cinema. Outro ponto positivo no filme é a, proposital ou não, homenagem ao anime "Akira", fazendo algumas porém discretas referências à animação japonesa. Portanto, nem precisa mais de remake do "Akira", o "Poder Sem Limites" já conseguiu homenagear o anime da maneira que remake nenhum jamais faria, com classe. Fica claro que o estreante diretor Josh Trank conseguiu inovar o gênero e mostrou ter talento e competência, sem repetições ou conversas moles.

 Sendo assim, "Poder Sem Limites" é um grande filme do gênero documental amador, misturado com ação, drama e até humor. É uma boa opção para se divertir ou até refletir. Um grande poder pode não trazer uma grande responsabilidade, mas uma grande vantagem para fazer aquilo que sempre quis e que nunca teve chance, porém, deve-se ter controle...e um pouco de responsabilidade também. Hehehehehe.


Nota: 8,0

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