sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Análise do filme "Frankenweenie"

Frankenweenie poster 2 28mai2012   Muitos apreciadores da sétima arte, e até mesmo os fãs do cultuado Tim Burton, vem constantemente se perguntando: Será que o cineasta não é mais o mesmo? Será que seu nível de criatividade já se esgotou? Podemos afirmar que Burton é um diretor com estilo único e imutável e, graças ao seu talento em criar coisas medonhas, conquista muitos jovens, crianças e adultos. É pouco provável que a criatividade de uma mente que gosta do que faz, e ter a capacidade de aprimorar na maioria da vezes, esgotar-se. Por essa e outras razões, considero que Tim Burton ainda tem muito o que nos dar e, com certeza, nos encantará cada vez mais com suas bizarrices, mesmo sendo um tanto repetitivas.

   Em Frankenweenie, o diretor mostra tanto seu famoso lado estranho quanto o melancólico e sentimental, usado também, principalmente, em Edward Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands 1990). A animação é baseada em um curta-metragem, de mesmo nome, realizado por Burton em 1984. Na histório, o garoto Victor Frankenstein (fisicamente muito parecido com Victor Van Dort, de A Noiva Cadáver), fascinado por ciência e física, tem como único amigo o seu simpático cãozinho Saprky. Quando o cachorro morre em um acidente, Victor fica sozinho, triste, sem amigos, cheio de saudades e decide fazer uma loucura: trazer seu cachorro de volta à vida, no estilo Frankenstein. O garoto emprega em um experimento científico o que aprendeu na escola sobre tecidos nervosos estimulados por correntes elétricas e numa noite de tempestade faz Sparky renascer.

    Frankenweenie é uma animação estilo retrô que faz fantásticas homenages ao cinema "B" dos anos 40, 50 e 60. Além da nostálgica técnica stop motion empregada, o longa foi todo realizado em preto e branco, devido à fidelidade ao curta de 1984 e às homenagens desejadas por Tim Burton aos seus filmes de terror favoritos. Das referências aos clássicos "B", podemos citar: Chistopher Lee aparecendo como Drácula, em um filme na televisão sendo assistido pelos pais de Victor; o professor de ciências que é idêntico ao Vicent Price; o personagem Nassor muito semelhante ao Boris Karloff; homenagens à Noiva do Frankenstein e outros filmes de monstros da Universal, etc. São essas entre outras características que tornam Frankenweenie não só um bom filme pela seu visual e técnica, mas por ser um filme de nostalgia.

  Falando mais de recursos técnicos, podemos dizer que o stop motion foi empregado de forma magnífica e nota-se um grande avanço na técnica. Os movimentos parecem mais realistas e cheio de detalhes. O 3D ficou bem feito, apesar de pouco explorado. A animação não seria a mesma sem a ausência das cores. A maior qualidade do filme foi o fato de ele ter sido todo realizado em preto em branco, técnica pouco usada nas animações e que não agrada muito os pequenos. Mas Frankenweenie não uma animação feita para crianças, mas para os fãs do Tim Burton e os amantes do cinema "B". Podemos afirmar que, de certa forma, trata-se de uma animação adulta, apesar de possuir uma história simples.

  Talvez o único defeito de Frankenweenie seja o excesso de clichês que poderá causar no público a sensação de mesmice e dúvidas a respeito da animação, se ela era realmente necessária, além do filnal pouco interessante, porém com o já muito falado tom nostálgico. Mas, realmente, não vejo motivos para achar que rankenweenie fora desnecessário, mas diferente, apesar de tantas "Timburtices". São mesmas ideias, porém exploradas de maneira diferente e mais encantadora.

  Considero que essa tenha sido umas das melhores animações do ano e, mesmo que não agrade grande parte do público, espero que obtenha sucessor e garanta, pelo menos, uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Filme de Animação.


Nota: 8

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