sábado, 12 de abril de 2014

Capitão América: O Soldado Invernal - Crítica

Posso primeiramente afirmar que Capitão América: O Soldado Invernal é exatamente o filme que o pseudo crítico de cinema, que está a escrever a resenha, estava esperando. Foi, realmente, um longa-metragem que não consegui sentir raiva ou ficar triste devido às infidelidades com a HQ que, não só no meu pensamento, mas como de muitos outros fãs do super-herói, o filme se baseou.

  Em seu segundo filme solo, Steve Rogers (estrelado por Chris Evans que, mais uma vez, mostra que nasceu para interpretar o Capitão América, deixando seu passado obscuro como o Tocha Humana para trás), após os eventos ocorridos em Os Vigadores, continua trabalhando para a S.H.I.E.L.D. ao lado da Agente Romanov/Viúva Negra (Scarlett Johansson) e vive tentando se adaptar ao mundo moderno, mas quando um atentado acontece ao comandante da  Divisão Logística e Aplicação de Intervenção Estratégica Interna, Nick Fury (Samuel L. Jackson), Rogers e Romanov descobrem que a própria organização fora responsável por tal ataque e que há uma grande conspiração envolvendo a Hydra, que montou e chefiou secretamente a SHIELD por vários anos. Para completar o mar de problemas, surge o Soldado Invernal, uma lenda da Guerra Fria, como novo rival para o Capitão, Viúva Negra e Falcão (interpretado pelo ator Anthony Mackie).

  O notável a mudança temática do primeiro filme, lançado em 2011, para a sequência. Em Capitão América: O Primeiro Vingador o público deparou-se com um longa que, de acordo com vários críticos de cinema, porém não de acordo comigo, fora bastante abaixo do esperado, assim como o primeiro Thor, onde ambos roteiros pareceram preocupar-se mais em contar a origem dos heróis em vez de desenvolver uma história deveras interessante, atribuindo, como se não bastasse, inúmeros elementos de “filmes pipoca” que deixaram as produções com aquele ar de “filme de sessão da tarde”. Capitão América: O Soldado Invernal, porém, assim como a sequência do filme do Deus do Trovão (o mesmo não se pode ser dito de Homem de Ferro 3, infelizmente) são provas de que a Marvel está aperfeiçoando cada vez mais na sua segunda fase de filmes.

  Em O Soldado Invernal, a dupla de diretores Joe e Anthony Russo conseguiu realizar o que Joe Johnson tentou fazer com todo seu esforço: um filme digno do super-herói norte-americano. O novo longa-metragem pode ser considerado um grande filme, não só de heróis, baseados em HQs, mas, principalmente, de espionagem. Há quem compare O Soldado Invernal com thrillers do gênero dos anos 70, e com a devida razão. Apesar do grande avanço na história e no roteiro, escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely, o filme peca levemente por não explorar de maneira abrangente o personagem título antagonista, isto é, o Soldado Invernal, que foi o antigo parceiro de Rogers, Bucky Barnes (Sebastian Stan), durante a Segunda Guerra Mundial. Mas, apesar da curta exploração da história da personagem, este fora muito bem aproveitado nas sequências de ação.


  Falando agora sobre os recursos técnicos, o que também diferencia o segundo do primeiro filme são suas cenas de ação de fato excelentes, não cometendo o equívoco de serem muito curtas e pouco interessantes. Em O Soldado Invernal, parece o realismo se presar mais nas cenas de luta, contendo ótimas tomadas e cortes de cena que, em muitas delas, observa-se mais o uso de efeitos manuais, isto é, não computadorizados. Obviamente, as cenas de voo do Falcão, que deixou seu humilde crítico morrendo de vontade de pegar um traje que o personagem usava e sair voando, o uso de CGI era fundamental e resultou em belos efeitos especiais; mas, para mim, nenhuma cena desse novo filme supera àquela em que vemos pela primeira vez Nick Fury em ação numa sequência que considero uma das melhores de todos os tempos feitas em filmes da Marvel. Talvez meu encanto pelo filme tenha sido maior pelo fato de ser este o primeiro que vejo em IMAX 3D, tecnologia que, de fato, recomendo a todos os fanáticos por cinema em geral, porém mais precisamente filmes de ação, que experimentem.

 Como já mencionei antes, talvez minha única chateação com o filme tenha sido a falta de exploração da história do Soldado Invernal, mas, talvez, tal personagem tenha um desenvolvimento melhor envolvendo seu passado controverso no terceiro filme. Outro vilão que merecia maior destaque na trama é o Ossos Cruzados, que, apesar de o personagem do ator Frank Grillo se chamar Brock Rumlow (o álter ego do vilão), não tem seu nome mencionado durante todo o filme. Com certeza, Ossos Cruzados terá um destaque maior na próxima sequência, com direito à máscara e tudo mais. Não há motivos para reclamar da ótima química entre o Capitão, Viúva Negra e Falcão, nem do carisma de Samuel L. Jackson como Fury e muito menos do ótimo desempenho de Robert Redford como Alexander Pierce, o diretor da SHIELD. Senti falta, porém de ver a Agente 13 (Emily VanCamp) em ação.

 Capitão América: O Soldado Invernal não foi realizado para ser igual à HQ homônima, até pelo fato de a história da revista não se encaixar exatamente com o universo do cinema, mas é um filme destinado, principalmente, para os fãs do super-herói. Antes de finalizar, gostaria de deixar o leitor alerta para este permanecer na sala após os créditos, se quiser descobrir o que o Os Vingadores 2 está reservando para nós e que se alguém começar a chorar durante a cena em que Steve e a Agente Carter (Hayley Atwell) se reencontram, não dê muita importância e aprecie o emocionante momento.


Capitão América: O Soldado Invernal (Capitain America: The Winter Soldier)
Direção: Joe e Anthony Russo
Produção: Kevin Feige
Roteiro: Christopher Markus e Stephen McFeely
Trilha Sonora: Henry Jackman
Elenco: Chris Evans, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson, Anthony Mackie, Robert Redford, Hayley Atwell, Frank Grillo, entre outros.
EUA, 2014 – 2h 16 minutos

Nota: 8,5/10

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