Posso primeiramente afirmar que Capitão América: O Soldado
Invernal é exatamente o filme que o pseudo crítico de cinema, que está
a escrever a resenha, estava esperando. Foi, realmente, um longa-metragem que
não consegui sentir raiva ou ficar triste devido às infidelidades com a HQ que,
não só no meu pensamento, mas como de muitos outros fãs do super-herói, o filme
se baseou.
Em seu segundo filme solo, Steve Rogers
(estrelado por Chris Evans que, mais uma vez, mostra que nasceu para
interpretar o Capitão América, deixando seu passado obscuro como o Tocha Humana
para trás), após os eventos ocorridos em Os
Vigadores, continua trabalhando para a S.H.I.E.L.D. ao lado da Agente
Romanov/Viúva Negra (Scarlett Johansson) e vive tentando se adaptar ao mundo
moderno, mas quando um atentado acontece ao comandante da Divisão Logística e Aplicação de Intervenção
Estratégica Interna, Nick Fury (Samuel L. Jackson), Rogers e Romanov descobrem
que a própria organização fora responsável por tal ataque e que há uma grande conspiração
envolvendo a Hydra, que montou e chefiou secretamente a SHIELD por vários anos.
Para completar o mar de problemas, surge o Soldado Invernal, uma lenda da
Guerra Fria, como novo rival para o Capitão, Viúva Negra e Falcão (interpretado
pelo ator Anthony Mackie).
O notável a mudança
temática do primeiro filme, lançado em 2011, para a sequência. Em Capitão
América: O Primeiro Vingador o público deparou-se com um longa que, de
acordo com vários críticos de cinema, porém não de acordo comigo, fora bastante
abaixo do esperado, assim como o primeiro Thor, onde ambos roteiros pareceram
preocupar-se mais em contar a origem dos heróis em vez de desenvolver uma
história deveras interessante, atribuindo, como se não bastasse, inúmeros
elementos de “filmes pipoca” que deixaram as produções com aquele ar de “filme
de sessão da tarde”. Capitão América: O Soldado Invernal,
porém, assim como a sequência do filme do Deus do Trovão (o mesmo não se pode
ser dito de Homem de Ferro 3, infelizmente) são provas de que a Marvel está
aperfeiçoando cada vez mais na sua segunda fase de filmes.
Em O Soldado Invernal,
a dupla de diretores Joe e Anthony Russo conseguiu realizar o que Joe Johnson
tentou fazer com todo seu esforço: um filme digno do super-herói
norte-americano. O novo longa-metragem pode ser considerado um grande filme,
não só de heróis, baseados em HQs, mas, principalmente, de espionagem. Há quem
compare O Soldado Invernal com thrillers do gênero dos anos 70, e com a devida
razão. Apesar do grande avanço na história e no roteiro, escrito por
Christopher Markus e Stephen McFeely, o filme peca levemente por não explorar
de maneira abrangente o personagem título antagonista, isto é, o Soldado
Invernal, que foi o antigo parceiro de Rogers, Bucky Barnes (Sebastian Stan),
durante a Segunda Guerra Mundial. Mas, apesar da curta exploração da história
da personagem, este fora muito bem aproveitado nas sequências de ação.
Falando agora sobre os recursos técnicos, o que também diferencia o segundo do primeiro filme são suas cenas de ação de fato excelentes, não cometendo o equívoco de serem muito curtas e pouco interessantes. Em O Soldado Invernal, parece o realismo se presar mais nas cenas de luta, contendo ótimas tomadas e cortes de cena que, em muitas delas, observa-se mais o uso de efeitos manuais, isto é, não computadorizados. Obviamente, as cenas de voo do Falcão, que deixou seu humilde crítico morrendo de vontade de pegar um traje que o personagem usava e sair voando, o uso de CGI era fundamental e resultou em belos efeitos especiais; mas, para mim, nenhuma cena desse novo filme supera àquela em que vemos pela primeira vez Nick Fury em ação numa sequência que considero uma das melhores de todos os tempos feitas em filmes da Marvel. Talvez meu encanto pelo filme tenha sido maior pelo fato de ser este o primeiro que vejo em IMAX 3D, tecnologia que, de fato, recomendo a todos os fanáticos por cinema em geral, porém mais precisamente filmes de ação, que experimentem.
Como já mencionei
antes, talvez minha única chateação com o filme tenha sido a falta de
exploração da história do Soldado Invernal, mas, talvez, tal personagem tenha
um desenvolvimento melhor envolvendo seu passado controverso no terceiro filme.
Outro vilão que merecia maior destaque na trama é o Ossos Cruzados, que, apesar
de o personagem do ator Frank Grillo se chamar Brock Rumlow (o álter ego do
vilão), não tem seu nome mencionado durante todo o filme. Com certeza, Ossos
Cruzados terá um destaque maior na próxima sequência, com direito à máscara e
tudo mais. Não há motivos para reclamar da ótima química entre o Capitão, Viúva
Negra e Falcão, nem do carisma de Samuel L. Jackson como Fury e muito menos do
ótimo desempenho de Robert Redford como Alexander Pierce, o diretor da SHIELD. Senti
falta, porém de ver a Agente 13 (Emily VanCamp) em ação.
Capitão América: O
Soldado Invernal não foi realizado para ser igual à HQ homônima, até pelo fato
de a história da revista não se encaixar exatamente com o universo do cinema,
mas é um filme destinado, principalmente, para os fãs do super-herói. Antes de
finalizar, gostaria de deixar o leitor alerta para este permanecer na sala após
os créditos, se quiser descobrir o que o Os Vingadores 2 está reservando para nós
e que se alguém começar a chorar durante a cena em que Steve e a Agente Carter (Hayley
Atwell) se reencontram, não dê muita importância e aprecie o emocionante momento.
Capitão América: O
Soldado Invernal (Capitain America: The Winter Soldier)
Direção: Joe e Anthony Russo
Produção:
Kevin Feige
Roteiro: Christopher
Markus e Stephen McFeely
Trilha
Sonora: Henry Jackman
Elenco:
Chris Evans, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson, Anthony Mackie, Robert
Redford, Hayley Atwell, Frank Grillo, entre outros.
EUA, 2014 –
2h 16 minutos
Nota: 8,5/10
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