Nos filmes Disney nem sempre há passarinhos acompanhando a
música cantada pela princesa protagonista, ou personagens felizes voltando para
casa depois de uma batalha final, fofurices no modo geral. Muitas animações,
principalmente as mais antigas do estúdio, possuem momentos realmente estranho –
pra não dizer perturbadores – que certamente já deixaram muitos de nós com medo
na infância. Listamos alguns desses momentos que podem ser conferidos abaixo:
5 – Canção “Fogo do Inferno”
- O Corcunda de Notre-Dame (1996)
Nesse “típico” número musical, o vilão Claude Frollo
expressa toda sua obsessão e ódio pela cigana Esmeralda, considerando o “feitiço”
da personagem sobre ele algo parecido como o fogo do próprio inferno. A canção “Fogo
do Inferno” (“Hellfire”, no original) é, sem dúvidas, uma das mais fortes da
Disney e bela quando se diz respeito à sonoridade. Porém, a letra da música
pode soar bastante polêmica para um filme infantil, segundo afirmaram os
críticos da época de lançamento de “O Corcunda de Notre Dame”. Uma coisa
realmente sinistra na sequência é o julgamento de Frollo, por homens fantasmagóricos
encapuzados de vermelho (e cantando um coro em latim!). Por conta dessa cena, o
filme recebeu censura G (equivalente a 12 anos) nos EUA.
4 – O exército de mortos – O Caldeirão Mágico (1985)
Pra falar a verdade, “O Caldeirão Mágico” não possui apenas
uma cena estranha. O filme completo é bastante assustador e sombrio, em
comparação com os filmes da Disney na época (década de 80). Porém, há uma cena
que consegue botar mais medo que qualquer outra da animação: o exército dos
mortos do Rei de Chifres. A sequência – que foi a primeira em um filme da
Disney a usar efeitos de computador – mostra o tenso vilão invocando o exército
maligno pelo Caldeirão Negro, despertando, assim, os cadáveres apodrecidos que
estavam no local (a cena seria mais longa, pois mostraria os mortos realmente
matando outro exército, mas foi vetada). “O Caldeirão Mágico”, ou “O Primeiro
Filme da Disney Sem Cantoria”, ou “O Primeiro Filme da Disney Censurado”, não
foi bem aceito pelos críticos por ser sombrio demais, mas possui alguns fãs
(entre eles, eu).
3 – Branca de Neve na floresta – Branca de Neve e os Sete
Anões (1937)
Nas primeiras cenas em que a primeira princesa Disney
aparece, há mares de fofuras, cantorias, coisas e tal, até, sem mais nem menos,
chegar o momento em que o Caçador – e uma cena já meio tensa – desiste de matá-la
e a manda fugir para a floresta. Gritos chorosos e dramalhões teatrais a parte,
a sequência em que Branca de Neve corre perdida pela floresta ao mesmo tempo
assusta e dar uma dor no coração. Sim, além de sentir calafrios devidos àqueles
diabos de galhos que mais parecem mãos e árvores com rostos humanos, também
sinto pena da coitadinha (Coitadinha uma ova! Quem é que teve pena de mim,
quando eu era criança?!). Walt Disney não poupou momentos tensos nem no
primeiro longa-metragem do estúdio.
2 – Transformação de Espoleto em burro – Pinóquio (1940)
Confesso que eu
sempre botava uma almofada pra tapar a cara quando chegava nessa cena do
clássico Pinóquio. Nem tudo era maravilhoso na Ilha dos Prazeres e o “pobre”
Espoleto teve que ser transformado em burro para perceber (ou não) isso. A
sequência, muito bem feita para as técnicas de animação da década de 40, mostra
o desespero do personagem, implorando ajuda para Pinóquio e chorando por querer
sua mãe, quando seu rosto começa a mudar; logo depois, o menino levado se
transforma por completo em burro e fica descontrolado, quebrando tudo que vê
pela frente. Sem dúvida, a cena ainda pode traumatizar crianças, mesmo após 75
anos.
1 – Uma Noite no Monte Calvo – Fantasia (1940)
Tenebroso! Essa é a
palavra que descreve perfeitamente o último segmento de “Fantasia”, acompanhado
da música clássica “Night On Bald Mountai”, de Modest Mussorgsky. A sequência
mostra simplesmente um gigantesco demônio negro chamado Chernobog – famoso no
folclore eslavo – surgindo de um fogaréu na noite de Halloween e levando almas
de pessoas de um vilarejo. Quando Chernobog atira umas almas no fogo, as
labaredas parecem formar mulheres nuas. O horror só termina quando o sol nasce
e um coro de voz caminha para uma catedral na floresta, cantando ''Ave Maria''.
Os movimentos de Chernobog foram extraídos do astro de terror Bela Lugosi, o Drácula.