terça-feira, 19 de maio de 2015

Mad Max: Estrada da Fúria - Crítica

 Pois é... faz um tempão que não escrevo minhas críticas aqui. Senti até saudades. Bom... deixando o sentimentalismo besta de lado, ontem assisti ao novo Mad Max e não pude deixar de escrever minha opinião aqui, no meu bom e velho Aluado:

 Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008) marcou o retorno do mais famoso arqueólogo da cultura pop aos cinemas 19 anos depois de seu último filme. Apesar de todos esses anos, há quem considere o longa-metragem uma verdadeira perda de tempo, ou desperdício deste uma vez que havia nas mãos de Steven Spielberg e George Lucas um projeto de extrema responsabilidade.  Em resumo, toda a espera para um retorno triunfal de Indiana se perdeu, como lágrimas na chuva.

 Talvez vocês estejam se perguntando por qual motivo citei o quarto filme de uma das franquias mais importantes da história do cinema (e o porquê de minha pessoa ter feito referência a “Blade Runner”). A questão é: “Mad Max: Estrada da Fúria” também é o quarto longa-metragem de uma importante saga cinematográfica, dirigida pelo mesmo realizador dos filmes anteriores – o brilhante George Miller – e que demorou um bom tempinho para ser lançado, mais precisamente 30 anos. A diferença (além da mudança do ator principal, claro) é que o novo Mad Max, já considerado por mim como um futuro clássico, marcou a volta do ex-policial solitário, problemática e de poucas palavras da maneira mais triunfal possível!

 “Mad Max: Estrada da Fúria” começa com o personagem título, agora interpretado pelo competente Tom Hardy (A Origem, Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge), atormentado pelos fantasmas de seu passado e lutando, ao mesmo tempo, contra eles e um grupo de “garotos de guerra”, liderados pelo tirano Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne, o vilão Toecutter, do primeiro filme), que sequestram Max para usá-lo como uma bolsa de sangue para alimentar o exército do ditador. Porém, quando consegue “escapar”, o ex-policial se vê responsável por guiar parideiras de Immortan Joe a um refúgio. Lideradas pelas Imperatriz Furiosa (Charlize Theron), as mulheres não são típicas donzelas em apuros. É aí que entra a tal “polêmica” que muitos afirmam o filme abordar.

 Há quem diga que “Mad Max: Estrada da Fúria” peca por ser uma propaganda feminista, uma vez que as mulheres do filme lutam não apenas pela sobrevivência, mas pela liberdade, sem falar que são fortes e nos moldes de Sarah Connor (O Exterminador do Futuro) e Ellen Ripley (Alien), principalmente a Imperatriz Furiosa que é de longe a melhor personagem do filme. A tal “propaganda feminista” é apenas uma desculpa criada por quem está acostumado a assistir filmes de super-heróis ou ações em que acontece uma relação amorosa entre o herói e a heroína, ou em que a história do herói (na maioria das vezes a única do filme) tem mais destaque. Mad Max, na minha visão crítica e de fã da sétima arte, não é feminista, e sim inovador. Sim, o gênero feminino tem destaque no filme, mas é aí que a história, que é muito bem bolada – podia ter sido melhor aproveitada em alguns momentos, porém. Minha única crítica quanto à trama -, se desenvolve, sem o auxílio de clichês tão batidos. Eu me pergunto... um filme pode nem mais ser diferente que já vai ser considerado polêmico, feminista, machista, conservador, esquerdista, o diabo que for?!

 Ainda falando sobre os personagens do longa, Tom Hardy, como já disse anteriormente, encara com responsabilidade o papel vivido por Mel Gibson na trilogia, interpretando o mesmo sobrevivente frio e problemático que prefere viajar sozinho. Outro grande destaque é Nux, vivido por Nicholas Hoult (X-Men: Dias de um Futuro Esquecido), um “garoto de guerra” que muda de lado, ajudando Max e Furiosa a escapar de Immortan Joe. Quanto aos vilões, todos são muito bem trabalhados e de visual impecável, talvez o único problema seja a falta de tempo para explorar cada um além do antagonista principal – Immortan Joe -.

 Acredito que temos que agradecer a George Miller por ter aproveitado tão bem esses 30 anos em um dos maiores filmes de 2015 até o momento. Apesar da produção turbulenta (foram mais de 5 anos para tirar o filme do papel), Miller e sua produção conseguiram repetir com sucesso a fórmula dos filmes anteriores, principalmente de Mad Max 2, considerado pelo público e crítica especializada o melhor da trilogia. Estrada da Fúria possui a mesma ambientação apocalíptica de futuro oitentista, que muitos consideram “brega”, mas, para mim e muitos amantes do design de filmes da década de 70 e 80, é algo realmente clássico. O trabalho de fotografia também está impecável, nos fazendo sentir calor durante o dia escaldante no deserto e frio à noite.

 Quanto às cenas de ação, perseguições de veículos surreais, carros explodindo, motos em extrema velocidade, máquinas de guerras, sequências realmente loucas e absurdas como um lindo dia... tudo isso tem de sobra no filme, e extremamente bem trabalhadas, dosando na medida certa efeitos visuais “reais” e CGI.


 Em um ano que clássicas franquias cinematográficas retornarão (Exterminador do Futuro, Jurassic Park, Star Wars), Mad Max: Estrada da Fúria é a primeira prova de que 2015 é o ano perfeito para o retorno das grandes sagas. Para quem ainda não teve a oportunidade de presenciar a bela distopia futurística do novo Mad Max nos cinema, peço apenas que “testemunhem” essa bela obra!

Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road)

Direção: George Miller

Produção: Doug Mitchell, P.J. Voeten e George Miller

Roteiro: George Miller, Brendan McCarthy e Nico Lathouris

Trilha Sonora: Junkie XL e Hans Zimmer

Elenco: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult, Hugh Keays-Byrne, Zoë Kravitz, Rosie Huntington-Whiteley, entre outros.

EUA, 2015 - 2h

Nota: 8,5

Nenhum comentário:

Postar um comentário