Um ano após o
primeiro show da turnê On The Run, que comemorava o aniversário de 40 anos do
clássico álbum de McCartney com os Wings, Band on the Run, muitos fãs
recordam-se dos agradáveis e ansiosos momentos que passaram na fila esperando
os portões do Estádio José do Rêgo Maciel (Estádio do Arruda) abrirem e da tão
esperada hora que o Beatle subiu no palco, começando a tocar seus maiores
sucessos.
Lembro-me de ter
acordado antes do romper da aurora naquele 21 de abril de 2012 para poder
chegar cedo no Estádio e pegar um bom lugar na fila. Chegando lá, deparei-me
com uma pequena multidão, animada e simpática, sentada nas calçadas e conheci
pessoalmente amizades que havia feito pela internet. Era incrível ver tanta
gente de quase todos os Estados do Nordeste, como também muitos fãs
extremamente simpáticos do Sudeste e Centro-Oeste.
A longa espera de
12 horas na fila, apesar de cansativa, não fora desgastante. Não havia calor
escaldante, fome, sede ou desconforto com o local (que fica próximo de um canal
a céu aberto) que tirasse o entusiasmo do povo. Nunca presenciei uma espera tão
animada, com direito até a covers, coros de música e entrevistas para o
noticiário local.
Porém, nem tudo saiu
conforme o planejado. Houve um infeliz atraso de exatamente uma hora para os
portões abrirem e a falta de organização do local, assim como sua estrutura,
era preocupante. Um grupo de pessoas, sem entender o porquê de a segurança não
liberar a passagem para a entrada da frontstage e, assim, causaram um pequeno
tumulto, avançando para o portão e forçando a passagem das pessoas. O pessoal
responsável pelos portões não queria confusão e acabou aceitando. No final,
porém, tudo acabou sem mais preocupações.
A incrível
pontualidade do Beatle, que subiu no palco exatamente às 21 horas daquela tão
esperada noite, deixou a todos de queixo caído, assim como sua energia e
carisma em meio a um local bastante quente. Paul saudou seu público falando
inglês, português e até gírias usadas no Nordeste; deixando a plateia eufórica
e emocionada. McCartney abriu o
espetáculo com a canção Magical Mystery Tour, dos Beatles, seguindo com Junior’s
Farm, dos Wings. Após as canções de abertura, conversou novamente com o povo e
criou um novo nome para os habitantes de Recife: “Recifianos”.
Durante um breve
intervalo, Paul fez algo que jamais fizera no outros Estados brasileiros: ao
invés de entrar no palco bandeira do país e levantá-la, ergueu a de Pernambuco e
do Reino Unido. Tive a sorte de registar o momento que "McCa" levantou a bandeira
de meu Estado, a foto pode ser vista ao lado. O “povo arretado”, obviamente,
pareceu surtar nesse momento que, juntamente com a hora da canções Something,
Here Today e Maybe I’m Amazed (homenageando George, John e Linda,
respectivamente), foi uma das mais emocionantes do show.
Após 3 horas, Paul
fechou o espetáculo com chave de ouro, cantando Golden Slumbers, Carry That Weight
e The End, todas do álbum Abbey Road, dos Beatles, e despediu-se em português
no primeiro dia de show na capital Pernambucana. Não pude presenciar o
espetáculo no dia 22, que conseguiu ser tão entusiasmante quanto o do primeiro
dia, porém mais curto e até mesmo com algumas (e boas) alterações na setlist,
mas pude ver McCartney saindo do hotel com sua esposa Nancy. O espetáculo do
dia 22, apesar da menor quantidade de pessoas, foi de fato tão bom quanto o
primeiro, com direito de ouvir o Beatle dizer em português: “Salve a Terra de
Luiz Gonzaga!”.
Apesar de vários
repórteres (extremamente incompetentes e desinformados, em minha humilde
opinião) terem afirmado que a plateia nos shows estava apática, os
espetáculos foram verdadeiros sucessos entre o público, a crítica especializada
e até mesmo entre os membros da banda do Beatle que divulgaram em seus twitters
terem adorado tocar pela primeira vez no Nordeste. Críticas mal escritas à
parte, não há do que reclamar das apresentações de Paul McCartney no Recife, a
não ser, claro, pelo local que esteva um pouco mal cuidado e da pequena
desorganização nos portões da frontstage. É impossível algum Beatlemaníaco “recifiano”
que tenha assistido aos shows esquecer aqueles momentos. Tudo para mim parece
que ocorreu ontem e espero que um dia o grande McCa volte com sua banda, ou até
mesmo acompanhado de Ringo Starr, para nossa cidade saudar novamente seu "povo arretado".
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