domingo, 21 de abril de 2013

Paul McCartney em Recife - 1 ano

   Há exatamente um ano, a capital Pernambucana sediava o primeiro show do eterno Beatle (aqui não será usado o termo “ex-Beatle”, pois, ao meu ver, um Beatle é e não pode deixar de ser) Paul McCartney na região Nordeste. Tal espetáculo, na qual tive a honra de presenciar no primeiro dia, provavelmente já entrou para a história da grande Recife.

   Um ano após o primeiro show da turnê On The Run, que comemorava o aniversário de 40 anos do clássico álbum de McCartney com os Wings, Band on the Run, muitos fãs recordam-se dos agradáveis e ansiosos momentos que passaram na fila esperando os portões do Estádio José do Rêgo Maciel (Estádio do Arruda) abrirem e da tão esperada hora que o Beatle subiu no palco, começando a tocar seus maiores sucessos. 

   Lembro-me de ter acordado antes do romper da aurora naquele 21 de abril de 2012 para poder chegar cedo no Estádio e pegar um bom lugar na fila. Chegando lá, deparei-me com uma pequena multidão, animada e simpática, sentada nas calçadas e conheci pessoalmente amizades que havia feito pela internet. Era incrível ver tanta gente de quase todos os Estados do Nordeste, como também muitos fãs extremamente simpáticos do Sudeste e Centro-Oeste.

   A longa espera de 12 horas na fila, apesar de cansativa, não fora desgastante. Não havia calor escaldante, fome, sede ou desconforto com o local (que fica próximo de um canal a céu aberto) que tirasse o entusiasmo do povo. Nunca presenciei uma espera tão animada, com direito até a covers, coros de música e entrevistas para o noticiário local.

  Porém, nem tudo saiu conforme o planejado. Houve um infeliz atraso de exatamente uma hora para os portões abrirem e a falta de organização do local, assim como sua estrutura, era preocupante. Um grupo de pessoas, sem entender o porquê de a segurança não liberar a passagem para a entrada da frontstage e, assim, causaram um pequeno tumulto, avançando para o portão e forçando a passagem das pessoas. O pessoal responsável pelos portões não queria confusão e acabou aceitando. No final, porém, tudo acabou sem mais preocupações.

  A incrível pontualidade do Beatle, que subiu no palco exatamente às 21 horas daquela tão esperada noite, deixou a todos de queixo caído, assim como sua energia e carisma em meio a um local bastante quente. Paul saudou seu público falando inglês, português e até gírias usadas no Nordeste; deixando a plateia eufórica e emocionada.  McCartney abriu o espetáculo com a canção Magical Mystery Tour, dos Beatles, seguindo com Junior’s Farm, dos Wings. Após as canções de abertura, conversou novamente com o povo e criou um novo nome para os habitantes de Recife: “Recifianos”.

   Durante um breve intervalo, Paul fez algo que jamais fizera no outros Estados brasileiros: ao invés de entrar no palco bandeira do país e levantá-la, ergueu a de Pernambuco e do Reino Unido. Tive a sorte de registar o momento que "McCa" levantou a bandeira de meu Estado, a foto pode ser vista ao lado. O “povo arretado”, obviamente, pareceu surtar nesse momento que, juntamente com a hora da canções Something, Here Today e Maybe I’m Amazed (homenageando George, John e Linda, respectivamente), foi uma das mais emocionantes do show. 

  Após 3 horas, Paul fechou o espetáculo com chave de ouro, cantando Golden Slumbers, Carry That Weight e The End, todas do álbum Abbey Road, dos Beatles, e despediu-se em português no primeiro dia de show na capital Pernambucana. Não pude presenciar o espetáculo no dia 22, que conseguiu ser tão entusiasmante quanto o do primeiro dia, porém mais curto e até mesmo com algumas (e boas) alterações na setlist, mas pude ver McCartney saindo do hotel com sua esposa Nancy. O espetáculo do dia 22, apesar da menor quantidade de pessoas, foi de fato tão bom quanto o primeiro, com direito de ouvir o Beatle dizer em português: “Salve a Terra de Luiz Gonzaga!”.

   Apesar de vários repórteres (extremamente incompetentes e desinformados, em minha humilde opinião) terem afirmado que a plateia nos shows estava apática, os espetáculos foram verdadeiros sucessos entre o público, a crítica especializada e até mesmo entre os membros da banda do Beatle que divulgaram em seus twitters terem adorado tocar pela primeira vez no Nordeste. Críticas mal escritas à parte, não há do que reclamar das apresentações de Paul McCartney no Recife, a não ser, claro, pelo local que esteva um pouco mal cuidado e da pequena desorganização nos portões da frontstage. É impossível algum Beatlemaníaco “recifiano” que tenha assistido aos shows esquecer aqueles momentos. Tudo para mim parece que ocorreu ontem e espero que um dia o grande McCa volte com sua banda, ou até mesmo acompanhado de Ringo Starr, para nossa cidade saudar novamente seu "povo arretado".

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