A Marvel está de fato vivendo sua melhor era
cinematográfica, sendo uma das principais responsáveis pela grande década do
cinema voltado para a cultura nerd. Mais uma vez, o estúdio que nos presenteou
com as fantásticas adaptações “Homem de Ferro”, “Guardiões da Galáxia”, “Os
Vingadores” e “Capitão América: O Soldado Invernal”. Em mais uma aposta de
risco da Marvel Studios, assim como as duas primeiras produções citadas, um
herói pouco conhecido pelos fãs mais jovens e pouco venerado pelos mais velhos,
porém extremamente importante no universo dos quadrinhos, ganha um filme solo
sob a mesma responsabilidade de ser algo grandioso.
Como sempre, a Marvel
possui ideias e táticas inegavelmente brilhantes para inserir novos personagens
em seu universo cinematográfico. Porém, talvez seja essa a primeira vez que percebemos
que nem tudo que reluz no estúdio é ouro. Homem-Formiga (Ant Man), apesar de
toda a tentativa da Marvel de trazer algo desconhecido às telonas e fazer dessa
ideia de risco alguma coisa incrível, está muito longe de se igualar às
produções anteriores que fizeram jus ao nome da empresa que criou alguns dos
melhores heróis da cultura pop.
No filme, o Dr. Hank
Pyn (Michael Douglas) tenta esconder uma experiência que criou de mãos erradas.
Quando descobre que seu pupilo Darren Cross (Corey Stol) está desenvolvendo o
projeto “Jaqueta Amarela”, baseado nos experimentos do seu mentor, Pyn sente
uma ameaça e resolve contratar um exímio ladrão, Scott Lang (Paul Rudd), recém-saído
da prisão, para se infiltrar no laboratório da Pym Technologies e roubar o
protótipo do projeto de Cross, antes que este possa levar o mundo ao caos.
Tanto a história do
primeiro Homem-Formiga (Pyn) quanto do segundo (Lang) possuem suas semelhanças
e diferenças com os quadrinhos. De um lado, vemos o Dr. Pyn, que usara o traje de
encolhimento do super-herói nas décadas de 70 e 80, afastado dos Vingadores e
seguindo seu caminho só; vale lembrar que o primeiro Homem-Formiga foi um dos
fundadores e principal membro do grupo de heróis, ao lado de sua esposa, Janet Van
Dyne, a Vespa (que é brevemente citada no filme, e deverá ser melhor explorada
nos próximos). De outro, vemos um Scott Lang não especialista em engenharia
eletrônica (como nas HQs), mas um exímio ladrão sem más intenções, que, ao sair
da cadeia, tenta abandonar a vida de crime e arranjar um emprego para ter
permissão de fazer visitas à filha (uma das personagens mais fofas e divertidas
do filme) que está sob a guarda da mãe e o padrasto. Porém, o que mais pode
decepcionar os fãs do universo dos quadrinhos é o fato de o herói do filme não
ser primeiramente o original, o que poderá ser prejudicial às futuras continuações.
Não que Scott Lang
seja um mau Homem-Formiga – muito pelo contrário, pois o personagem de Paul
Rudd consegue, de fato, ser bastante carismático e cativante, apesar de não
muito inteligente -, mas, o mais prudente a um filme de origem seria inserir na
trama a verdadeira história do herói com seu principal alter ego, em vez de apresenta-lo
no universo cinematográfico como um quase coadjuvante, levando em conta também
as incríveis histórias de Hank Pyn e suas habilidades, como diminuir,
comunicar-se com as formigas e controla-las e espichar de tamanho – tornando-se
o herói “Gigante” ou “Golias”-.
O desenvolvimento da
trama não empolga. Apesar de Edgar Wright ter escrito boa parte do roteiro,
antes de ser demitido como diretor do longa-metragem, a história não possui uma
trama inovadora, tampouco profunda e abrangente, como a de Capitão América 2,
não explora bem seus personagens coadjuvantes e peca bastante por exagerar no
humor, chegando a ser engraçado e, ao mesmo tempo, irritante e fora do
contexto. Em resumo, o roteiro se perde em demasia, tendo ação onde não deve,
humor em momentos inoportunos e um melodrama forçado – apesar de compreensível
e necessário – que não fora bem dosado.
Claro que nem tudo
foi mal aproveitado nessa produção que, infelizmente, devo classificar como a
mais fraca dos estúdios Marvel. Há referências importantes a respeito do herói
e do universo dos quadrinhos que foram bem inseridos à trama, além das cenas
pós-créditos que darão um gostinho de “quero mais” para quem espera
desesperadamente por “Guerra Civil”. As cenas de ação estão divinamente bonitas
e eletrizantes, assim como os cenários gigantes dos momentos que em Scott
diminui, o que devo admitir ter inovado no quesito de sequências de ação dos
filmes de super-heróis.
Sendo o primeiro
filme da “Fase 3” da Marvel, Homem-Formiga decepciona a quem pretende ver um
filme de super-herói, principalmente do personagem cuja importância é
fundamental nos Vingadores, mas é divertido e empolgante para quem pretende
assistir a um bom filme-pipoca para relaxar e esquecer os problemas que a vida
proporciona, sejam eles gigantes ou minúsculos.
HOMEM-FORMIGA (Ant-Man)
Direção: Peyton Reed
Produção: Kevin Feige
Roteiro: Edgar Wright, Paul Rudd, Adam McKey e Joe Cornish (baseado em "Homem-Formiga", de Stan Lee e Jack Kirby)
Trilha Sonora: Christopher Beck
Elenco: Paul Rudd, Michael Douglas, Evangeline Lilly, Michael Peña, Corey Stoll, Hayley Atwell, entre outros.
Ele voltou! Depois de 12 anos longe do personagem que
praticamente o lançou para o estrelato hollywoodiano, Arnold Schwarzenegger
está de volta como o Exterminador T-800 em mais um filme da franquia “O
Exterminador do Futuro”, criada por ninguém menos que James Cameron (Aliens,
Titanic), para fazer a alegria – ou, pelo menos, tentar– dos fãs depois do
descartável Exterminador do Futuro 4 – A Salvação.
Esse quinto
longa-metragem da franquia, porém, pode também ser considerado descartável por
quem considera os clássicos de 1984 e 1991 os únicos filmes dignos do nome
“Exterminador do Futuro”. Mas, por outro lado, “O Exterminador do Futuro:
Genesis” (Terminator: Genisys), pode ser ao mesmo tempo desnecessário e
interessante para aqueles que gostam da premissa do universo Terminator e para
quem quer explicações a respeito da viagem no tempo, fator fundamental para
todos os filmes da saga. Na verdade, o filme ora parece uma continuação dos 3
primeiros – o quarto é completamente descartado -, ora um remake feito às
pressas dos dois primeiros, feito para atrair um novo público.
A história do filme
começa em 2029, seguindo a linha ideológica do primeiro filme, com Kyle Reese
(Jai Courtney) sendo enviado para o ano de 1984 por John Coonor (Jason Clarke)
a fim de proteger a futura mãe do líder da resistência, Sarah Connor (Emilia
Clarke), do Exterminador. Até aí, nada é diferente. A história do Exterminador
do Futuro: Genesis começa de verdade quando um acontecimento inesperado ocorre
no exato momento em que Reese é transportado para o passado, mudando, assim, a
realidade; quando o personagem chega em 1984, ele encontra uma Sarah Connor
madura e independente de sua proteção, por ser, nessa realidade protegida por
um velho T-800 (Schwarzenegger), chamado pela garota de “Papi” (Pops).
O desenrolar da trama
torna-se confuso ao usar em demasia a questão de viagem no tempo, por amis que
tal recurso seja fundamental para o desenvolvimento da história, o que torna o
novo filme da franquia do Exterminador um tanto complicado de se entender e,
diferente dos anteriores, complexo a ponto de deixar várias perguntas na cabeça
de quem assiste. Ao mesmo tempo que o filme não traz grandes novidades,
principalmente por mais parecer um “filme-homenagem” - assim como fora Jurassic
World - aos clássicos de 1984 e 1991, o longa possui ótimas referências e
perfeitas reconstruções de cenas do primeiro longa, ao brincar com a viagem no
tempo. Talvez, o momento mais impressionante do filme e que, pelo trailer,
seria o que realmente faria o público mais velho vibrar é a cena em que o T-800
velho enfrenta o jovem que acabara de chegar em 1984; a sequência de ação, de
fato, empolga, porém o mais legal dela é o fato de acontecer em um determinado
momento inesperado do novo longa-metragem.
Todo o conceito de
tempo, porém, como já foi dito, perde a linha da meada, criando uma situação,
ora inteligente, ora exagerada, que reconstrói a história da franquia de uma
maneira um tanto inusitada, colocando Kyle Reese como o herói protagonista e
John Connor o vilão da história. Talvez essa bagunça de viagem no tempo, que
deixará muita gente confusa (recomendo que vocês assistam ao filme mais de uma
vez), seja fundamental pelo fato dela ter sido ocasionada por ninguém menos que
Matt Smith, nosso eterno 11th Doctor (Doctor Who), que interpreta a
inteligência artificial Skynet.
Apesar de escorregar
no roteiro, o filme tem um desenvolvimento bem movimentado, o que garante
diversão, apesar das dores de cabeça devido à história. Jai Courtney não é
muito carismático, mas consegue ter ritmo ao interpretar seu personagem, assim
como Emilia Clarke. Jason Clarke interpreta um John Connor antagonista pouco
assustador como os demais vilões da franquia, mas consegue fazer o público
sentir raiva de sua personagem e torcer para Schwarzenegger que retorna no seu
icônico T-800, agora com mais emoções “humanas”. Arnold está velho, porém não
obsoleto, como diz a nova frase de feito do filme que substitui “Hasta la
vista, baby!”, e isso é mostrado da melhor maneira das cenas de ação com
bastante pancadaria e efeitos visuais sem exageros.
Concluindo, O
Exterminador do Futuro: Gênesis não é um filme realmente necessário, tampouco
uma obra inovadora cinematográfica que deixará a todos os fãs do gênero ficção
científica com os cabelos em pé, mas é sim uma boa tentativa de reconstruir uma
das franquias mais importantes da sétima arte. É recomendado que vocês fiquem
para ver os créditos, pois no meio desses há uma cena extra indicando a
possibilidade de que o Exterminador voltará.
O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS (Terminator: Genisys)
Direção: Alan Taylor
Produção: Megan Ellison e David Ellison
Roteiro: Laeta Kalogridis e Patrick Lussier
Trilha Sonora: Lorne Balfe/Hans Zimmer
Elenco:
Arnold Schwarzenegger, Jai Courtney, Emilia Clarke, Jason Clarke, Matt Smith,
J.K. Simmons, Lee Byung-hun, entre outros
Ontem, 11 de julho, foi o melhor dia da San Didego Comic-Con 2015 para os fãs da DC Comics!
Além da Warner divulgar e liberar na rede o fantástico trailer de Batman Vs Superman: A Origem da Justiça, o estúdio também liberou o teaser de mais um aguardado filme baseado nas clássicas HQ's da DC: Esquadrão Suicida.
Esse último, porém, ainda não foi liberado em HD, mas podemos ver graças a um cinegrafista amador que estava no lugar certo e na hora certa. O vídeo, ao som da canção "I Started a Joke" (escolha sensacional), mostra aos poucos cada integrante do grupo de vilões, dando mais destaque a Arlequina (Margot Robbie) e Pistoleiro (Will Smith). No final, temos uma célebre aparição de... bom, se eu disser, posso estragar a piada.
Confira os dois espetaculares trailers:
BATMAN V SUPERMAN (LEGENDADO)
ESQUADRÃO SUICIDA
Que 2016 chegue logo, pois as emoções e expectativas são gigantescas. Batman V Superman estreia no dia 24 de março do ano que vem, e Esquadrão Suicida em 4 de agosto.
Às vezes, eu olho para trás e reflito: “Great Scott! Como assim, eu não
era nascido em 1985?”. De tanto que eu assisti – e ainda assisto, obviamente –
a trilogia “De Volta Para O Futuro”, uma das obras mais sensacionais que a
sétima arte já viu e que jamais será substituída por outros filmes com a
temática “viagem no tempo”, sinto como se tivesse vivido, não só os anos 80,
mas a década de 50 e o final do século XIX. O futuro nós estamos vivendo hoje,
mesmo que o nosso 2015 não seja tão... espetacular quanto a visão de Robert
Zemeckis, Bob Gale e Steven Spielberg.
Neste ano de 2015, porém, temos que concordar que há uma
coisa realmente espetacular que deve ser comemorado: o fato de o filme original
de 1985 e suas sequências continuarem atemporais! Ou seja, a inexistente
possibilidade de haver um remake ou coisas do tipo que só provam o despeito
hollywoodiano pelas obras cinematográficas originais. Hoje em especial, dia 3
de julho de 2015, são comemorados os 30 anos do lançamento de “De Volta Para O
Futuro” nos cinemas americanos, coisa que parece ter acontecido ontem... o que
pode, de fato, ter mesmo ocorrido.
Na matéria especial dos 30 anos de um dos filmes mais
importantes de todos os tempos (é melhor se acostumarem com as brincadeirinhas
que envolvem tempo, pois essa matéria terá várias delas), fiz uma lista com
curiosidades e fatos sobre o primeiro longa da trilogia.
Portanto, recarreguem
a câmara de plutônio para chegar a 1,21 gigawatts, ligue os motores ajuste os
circuitos de tempo para 1985 e atinja 88 milhas por hora!!!!
O INÍCIO
A ideia de De Volta Para o Futuro veio das mentes
absurdamente criativas de Bob Gale e Robert Zemeckis, no início dos anos 80,
após este primeiro ter encontrado no porão de sua casa um anuário da época do
colégio de seu pai, descobrindo que ele havia sido presidente de classe; Gale,
então, ficou se perguntando se seria amigo de seu próprio pai no colégio, se
vivesse naquela época passada.
Após o roteiro ter
sido recusado por 40 vezes (sério!), a Universal Pictures aceitou desenvolver o
projeto devido o sucesso de “Tudo Por Uma Esmeralda”, de Zemeckis, colocando
Steven Spielberg como produtor executivo. O resultado, vocês já viram, reviram,
estão vendo e irão rever.
PRIMEIRAS IDEIAS
O ano de 1955 foi
atribuído à história por Gale e Zemeckis, pois, de acordo com os cálculos dos
cineastas, um jovem de 17 anos de 1985 viajando para encontrar seus pais na
mesma idade significaria viajar para a década de 50 (30 anos atrás). A época
também foi escolhida por ter sido um marco da ascensão da juventude elemento
cultural, destacando-se os rebeldes e os mocinhos, o nascimento do rock n'
roll, a expansão dos subúrbios, sem falar que a década de 50 ficou conhecida
como “Os anos dourados”.
A ideia inicial da
trama possuía duas coisas meio que absurdas: Marty McFly seria um tipo de empregado
do Doc. Brown e a máquina do tempo um dispositivo laser que ficava instalado
numa sala que seria anexado a uma geladeira e levado para o deserto de Nevada
para um teste atômico onde, preso à traseira de um caminhão, era conduzido para
a explosão para aproveitar seu poder nuclear. A ideia foi logo vetada, pois Spielberg
temia que crianças entrassem na geladeira de suas casas para fazer alguma
bobagem - porém, o produtor utilizou uma "geladeira atômica" em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, como uma referência a ideia original de Back to the Future -. Aconteceram várias modificações até a famosa frase do Doc. Brown surgir na
mente de Gale, Zemeckis e Spielberg: “Se vamos fazer uma máquina do tempo, por quê não fazer com
estilo?!”, então, surgiu a ideia do Delorean.
Vocês sabiam que o
título “De Volta Para o Futuro” (Back To The Future) foi considerado ruim pela
Universal? O estúdio achou que o tal nome não chamaria atenção do público e
cogitaram mudar para “O Astronauta de Plutão” (Spaceman from Pluto).
Felizmente, o título original permaneceu.
ELENCO
Michael J. Fox, nosso eterno Marty McFly, não foi o primeiro
a atuar como o icônico viajante do tempo. Apesar de J. Fox ter sido a
primeira escolha, este não estava com tempo disponível (que ironia, não?) na
sua agenda, devido a série “Family Ties” (Caras e Caretas). As segundas opções
de Spielberg e Zemeckis eram C. Thomas Howell e Eric Stoltz. Esse último foi
escolhido para o papel e chegou a gravar várias cenas; porém, o ator não tinha
o carisma que os produtores queriam para Marty. Após várias negociações com a produtora
de Family Ties, Zemeckis e Spielberg conseguiram Michael J. Fox para o filme! Ah,
Ralph Macchio, o Karatê Kid (de verdade), recusou interpretar Marty McFly.
Eric Stoltz como Marty McFly
Christopher Lloyd foi
o segundo ator a ser escolhido para interpretar o excêntrico Doc. Emmett L.
Brown, após John Lithgow ter ficado indisponível para o papel. Originalmente,
Lloyd havia recusado interpretar o Doutor, mas, após ler melhor o roteiro a
pedidos de sua esposa, o ator achou interessante a proposta do filme e sua
personagem, aceitando a oferta. Lloyd acabou fazendo um dos melhores trabalhos
de sua carreira, se inspirando no maestro Leopold Stokowski e no cientista
Albert Einstein para criar os trejeitos do Doutor Brown. Chegando até a
pronunciar “gigawatts” da maneira como os cientistas pronunciam: “jigowatts”.
Os pais de Marty, George
e Lorraine, foram respectivamente interpretados por Crispin Glover e Lea
Thompson. Crispin é 3 anos mais jovem que seu “filho” e improvisou bastante
para incorporar o pai nerd e desajeitado de Marty; não retornou nos filmes
anteriores devido a um desacordo no contrato. Thomas F. Wilson, o Biff, foi
perfeitamente escolhido para interpretar o vilão que atormentaria a família
McFly na trilogia. As maquiagens de Lea, Crispin e Thomas no futuro levavam
cerca de 3 horas para ficarem prontas.
Claudia Wells neta do
cultuado escritor de ficção científica H.G.Wells, interpretou Jennifer,
namorada de Marty, apenas no primeiro filme, pois sua mãe estava doente e
preferiu passar mais tempo com ela. Foi substituída por Elisabeth Shue nas
partes II e III.
MELHORES CURIOSIDADES REFERÊNCIAS DE TODOS OS TEMPOS
Além das diversas curiosidades
presentes no filme, há também muitas referências ao universo da ficção
científica. Vamos ver se vocês lembram ou conhecem algumas delas?
- Logo nos créditos de abertura, um dos relógios do Doutor
Brown mostra um homem pendurado no ponteiro de um relógio, referência clara a
uma cena do filme “O Homem Mosca” (1923), com Harold Lloyd. A cena ganhou outra
homenagem quando o Doc. – interpretado por outro Lloyd – fica pendurado no
relógio da torre.
- A data em que Marty volta para 1955, 5 de novembro, é a
mesma data da viagem no tempo mostrada no filme “Um Século em 43 Minutos”
(1979).
- Hill Valley é uma
cidade fictícia, mas a locação usada para representar o lugar é a cidade
californiana de Petaluma, a mesma usada em Gremlins, lançado 1 ano antes.
- O nome completo do Doc é Emmet Lahtrop Brown. Lendo ao
contrário Emmet Lahtrop, terá algo que lembra “portal” (porthaL) e “time”
(temmE).
- A cena em que Marty McFly se passa por Darth Vader (Star Wars) do
planeta Vulcano (Star Trek) – com direito a saudação da raça de Spock - era para ser bem
maior do que a mostrada no filme. Por questão de tempo (outra ironia), a sequência
foi quase toda cortada. Na cena alternativa, Marty saca um secador de cabelo
como arma capaz de derreter cérebros.
- O nome do fazendeiro Peabody, que criava dois pinheiros, é
uma referência a um desenho educativo da década de 60 sobre viagens no tempo , ”
The Bullwinkle Show”. Mr. Peabody era um cachorro que viajava com seu humano
Sherman entre o tempo e espaço.
- Coisa que todo mundo em sã consciência sabe: Os cachorro
do Doutor em 1955 chama-se Copérnico, em homenagem a Nicolau Copérnico (não
diga!), e o de 1985 chama-se Einstein (não consigo imaginar por qual motivo).
- Marty McFly foi o responsável pela “criação” do rock. Na
clássica cena em que o personagem toca “Johnny B. Good”, o músico do baile
Marvin Berry liga para o seu primo Chuck e pede para ele escutar o som. Chuck
Berry é uma das lendas vivas do rock, responsável pela música original.
- Há uma singela homenagem ao diretor Stanley Kubrick no primeiro
filme. No laboratório de Doc. Brown, quando Marty conecta sua guitarra em um
amplificador, aparece um aviso com os dizeres "CRM-114". CRM 114 é o
nome do decodificador de mensagens de Dr. Fantástico (1964) e 114 o número
serial da exploração em Júpiter, de 2001 - Uma Odisséia no Espaço (1968).
- Quando Marty chega em 1955, ele mata acidentalmente um dos
pinheiros de Peabody. Em 1985, há um shopping no lugar onde ficava a fazenda,
chamado “Twin Pines Mall” (Shopping Pinheiros Gêmeos). Quando Marty volta de
1955 para 1985, o shopping passou a se chamar “Lone Pine” (Pinheiro Solitário).
Tadinho...
A PRODUÇÃO
As cenas de 1955 foram gravadas primeiro, devido ao cenário
construído nos estúdios da Universal, que devia se aparentar bonito durante os
anos 50 e desgastado nos 80. O que os produtores fizeram? Filmaram todas as
cenas externas que mostrava a praça do Relógio da Torre e depois bagunçaram
tudo para parecer que o lugar estivesse velho e mal tratado. Ao todo, foram 100
dias de filmagem, só que só terminou em abril de 1985; devido a isso, quase que
o filme teve de ser adiado para agosto. Para que o tempo cooperasse com um
filme que mais abordou conceitos temporais, editores de vídeo e som tiverem que
dar duro trabalhando 24 horas por dia.
A famosa trilha sonora do filme ficou sob a responsabilidade
de Alan Silvestri. Inicialmente, Spielberg não ficou muito satisfeito com a
trilha que Silvestri havia feito, pois o cineasta prefere composições com temas
épicos e que fiquei na cabeça das pessoas. Aconselhado por Zemeckis para
impressionar Spielberg, Silvestri refez o tema principal do filme duas semanas
antes da pré-estreia. O resultado, todos nós conhecemos. Por sugestão do
compositor, a banda Huey Lewis and the News criou duas canções tema para o
filme: “The Power of Love”, indicada ao Oscar de Melhor Canção Original, e “Back
in Time”. Huey Lewis até fez uma participação no filme, como o professor que critica a banda de Marty, alegando que eles tocam "alto demais".
LANÇAMENTO E LEGADO
Quando finalmente lançado, em 3 de julho de 1985, De Volta
Para O Futuro estreou em 1.200 salas nos EUA. Michael J. Fox não pôde
participar das premières do filme, pois estava gravando um especial de Family
Ties em Londres, nem mesmo pôde promover o filme e isso fez com que Zemeckis
achasse que De Volta Para O Futuro seria um fracasso comercial. Apesar disso, o
longa-metragem passou 11 semanas em primeiro lugar nas bilheterias dos EUA.
O filme acabou
arrecadando US$ 210.609.762 na América do Norte e US$ 170.500.000 em outros países,
acumulando um total mundial de US$ 381.109.762, sendo a maior arrecadação do
ano de 1985.
O legado de De Volta
Para o Futuro é, de fato, gigantesco e pesado (no bom sentido). É um filme que,
depois de 30 anos, consegue ser aclamado tanto pelo público quanto pela crítica
por ter a incrível capacidade de sempre permanecer atual. Tanto os 3 filmes da
trilogia tem suas sequências icônicas que serviram de inspiração para muitos
filmes e séries, principalmente o primeiro. Temos: logo no início, a abertura
ao som de “The Power of Love”, com Marty andando de skate pela cidade de Hill
Valley; a clássica cena da primeira experiência com a viagem no tempo com o
cachorro Einstein (que nas cenas internas do Delorean era um ser humano vestido
de cachorro); a clássica chegada de Marty a 1955; a confusão que o personagem
faz na história de seus pais; a épica sequência de perseguição com Marty no
skate – o skate tornou-se mais popular depois do lançamento do filme, isso é um
fato -; o baile e a famosa sequência em que o Doutor fica pendurado no relógio.
Atire a primeira pedra aquele que desconhece qualquer uma dessas sequências!
De Volta Para O
Futuro, felizmente, jamais precisará passar pelo vexame de ter uma refilmagem.
Os próprios Gale e Zemeckis já confirmaram, para a alegria dos verdadeiros fãs da
saga, que só haverá um remake quando eles morrerem (e espero que isso leve
muito tempo). Não há como reinventar um verdadeiro clássico, coisa que a
trilogia já se tornou.
Nessa longa estrada
da vida, gerações futuras perceberão que para onde eles forem jamais precisarão
de estradas, tampouco de remakes desnecessários, e, assim, colocarão seus
óculos futuristas (que deviam ter sido lançados esse ano) e assistirão De Volta
Para O Futuro original como um presente atemporal.
Há algum tempo, não muito distante dos tempos atuais - qual
foi dessa parada dramática? -, escrevi um “Top 5” dos melhores filmes do Tim
Burton. Agora, depois de mais análises críticas e conhecimentos a respeito das
obras do grande mestre do cinema moderno, resolvi reescrever essa lista,
acrescentando mais cinco filmes e trocando alguns de suas posições.
Portanto... aí vai o “Top
10 – Melhores filmes dirigidos por Tim Burton”, do Aluado – vale lembrar que
são somente os filmes DIRIGIDOS pelo cineasta. Então, por mais que eu goste de “O
Estranho Mundo de Jack”, dirigido por Henry Sellick, este não está na lista -.
10 – A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005)
Talvez seja esse um
dos únicos remakes realmente bons já feitos. A versão mais recente de “A
Fantástica Fábrica de Chocolate” é, curiosamente, menos tensa que o clássico de
1971, dirigido por Mel Stuart e estrelado por Gene Wilder. Sim, mesmo sendo um
filme de Tim Burton, o filme de 2005 é mais “light” que o original, que ainda
consegue assustar tanto crianças quanto adultos. Fora isso, Burton fez um ótimo
trabalho no longa-metragem, inserindo seus elementos típicos, como gigantescos
e belos cenários distorcidos, personagens sarcasticamente simpáticos e uma
ótima trilha sonora de Danny Elfman (ótima mas não tão marcante quanto a trilha
de Anthony Newley). Há cenas nesse remake mais fieis ao livro de Roald Dahl,
como a ótima sequência na sala de seleção de nozes, onde foram usados mais de
40 esquilos de verdade treinados.
9 – A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999)
Essa interessante
adaptação do conto de Washington Irving possui um dos visuais mais
impressionantes que já vi em um filme (até pelo fato de ter sido um dos
primeiros do Burton que assisti). Diferente do conto original, o filme possui
uma história mais extensa, para dar uma trama a mais. É estrelado por
Johnny Depp, Christina Ricci, entre outros astros e estrelas famosos. Sucesso
de público e crítica especializada, o filme foi indicado a 3 Oscars, porém
venceu apenas na categoria de Melhor Direção de Arte.
8 – Batman (1989)
Estrelado por Michael
Keaton, no papel do homem morcego, e Jack Nicholson, atuando brilhantemente
como o Coringa, o filme foi bastante diferente da cômica série de televisão,
pois Burton optou por fazer algo semelhante às antigas HQs, com o clima mais
sombrio e adulto. O resultado foi um grande sucesso financeiro e crítico,
arrecadando mais de US$ 400 milhões de bilheteria. Pode-se dizer que Batman de
Tim Burton revolucionou os filmes de super-heróis, que não faziam sucesso desde
Superman de Richard Donner (1978). O filme venceu um Oscar na categoria de
Melhor direção de Arte.
7 – Batman: O Retorno (1992)
A única sequência
dirigida por Burton – única ainda, pois nunca mais tocaram no assunto da
continuação de Beetlejuice – jamais foi planejada pelo cineasta. Tim não gosta
de continuações, porém, devido ao estrondoso sucesso do primeiro Batman, a
Warner Brothers exigiu novos filmes do Morcegão. E o resultado foi: o melhor
filme do Homem-Morcego feito até agora, na minha humilde opinião. A brilhante
atmosfera “Burtoniana” misturada com as das clássicas HQ’s mais sombrias do
Homem Morcego retornam fortemente nesse novo filme, além da ótima escolha dos
vilões: Pinguim e Mulher Gato, que jamais serão superados no cinema por ninguém
além de Danny DeVito e Michelle Pfeiffer.
6 – Beetlejuice: Os Fantasmas Se Divertem (1988)
O primeiro grande
sucesso de Tim Burton foi o filme que deixou o estilo único do cineasta
registrado até hoje. Quando o casal Maitland morre em um acidente de carro, os
espíritos destes ficam presos na sua antiga casa. Quando novos moradores
chegam, os dois pedem ajuda ao “exorcista de humanos” Besouro Suco,
brilhantemente interpretado por Michael Keaton, para expulsar as entidades vivas
do lar. Beetlejuice é uma ótima mistura de comédia, terror, bizarrices e
diversão, servida ao peculiar estilo Burton para adultos e crianças de várias
gerações. O sucesso do filme foi tão grande que, em 1989, ganhou uma série
animada produzida por Burton. Ainda aguardo ansiosamente uma possível
continuação de Os Fantasmas Se Divertem.
5 – Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007)
Considerado por
muitos fãs do cineasta seu melhor trabalho já feito, esse perturbador e
brilhante longa-metragem é baseado no musical da Broadway de Patrick Quentin,
que estreou no final da década de 70 e está nos palcos até os dias de hoje. O
filme tem as músicas e letras adaptadas de Stephen Sondheim, compositor da peça
original, com brilhantes performances, principalmente de Helena Bonham-Carter e
Johnny Depp; este último foi indicado ao Oscar de Melhor Ator, em 2008, pelo seu
papel do injustiçado e vingativo barbeiro. O filme ganhou um Oscar na categoria
de Melhor Direção de Arte.
4 – A Noiva Cadáver (2005)
Nessa brilhante e
bizarra animação stop-motion, acompanhada com o tão perfeito visual à lá Tim
Burton, o Joven Victor Van Dort (voz original de Johnny Depp) casa-se
acidentalmente com Emily, a Noiva Cadáver (voz original de Helena Bonham
Carter), e, com isso, é levado do mórbido mundo dos vivos para o submundo dos
mortos, onde tudo é festa e diversão. O filme conta com uma belíssima trilha
sonora de Danny Elfman (que “novidade”), onde o piano tem destaque. Foi
indicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação, porém não levou o prêmio.
3 – Ed Wood (1994)
A cinebiografia do
excêntrico diretor hollywoodiano, Ed Wood, considerado o pior cineasta de todos
os tempos, é focado nos projetos de seus filmes de maiores
"sucessos", como: Glen ou Glenda, A Noiva do Monstro e Plano 9 do
Espaço Sideral. O longa-metragem, que possui uma excelente fotografia em preto
e branco, também mostra a grande amizade entre o diretor com o ator Béla
Lugosi, interpretado por Martin Landau, que recebeu o Oscar de Melhor Ator
Coadjuvante, pelo seu papel. Johnny Depp interpreta perfeitamente o bizarro
cineasta em um dos melhores filmes do gênero biografia. Além do prêmio de
Melhor Ator Coadjuvante, Ed Wood venceu também na categoria de Melhor
Maquiagem.
2 – Edward Mãos de Tesoura (1990)
Uma história de amor
simples, porém extremamente cativante e inesquecível. Considerado um dos longas-metragens
mais bonitos do cinema da década de 90, o primeiro filme da parceria entre
Johnny Depp e Tim Burton é um moderno conto de fadas que aborda e critica os
convívios e diferenças sociais. Inspirado no clássico The Cabinet of Dr.
Caligari (de Robert Wiene), Depp desempenhou perfeitamente o seu papel,
tornando-se ícone mundial; no filme, seu personagem diz apenas 169 palavras.
Também estão no elenco: Winona Ryder e Vincent Price, interpretando seu último
papel no cinema, pois veio a falecer 3 anos depois do filme. A maquiagem do
personagem de Depp demorava 1 hora e 45 minutos pra ficar pronta. Tal recurso deu
ao filme uma indicação ao Oscar de Melhor Maquiagem, em 1991.
1 – Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003)
Sim! Não foi com Edward Mãos de Tesoura que eu
me desabei em lágrimas, apesar de ter expelido suor dos olhos fortemente quando
o assisti pela primeira vez. Se não aconteceu um tsunami quando conferi o
belíssimo Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas, não sei explicar o que
houve, então. Baseado no livro Big Fish: A Novel of Mythic Proportions, de
Daniel Wallace, o filme conta a história (quer dizer, as histórias) de um pai a
beira da morte que conta para o seu filho, com quem não tem um bom
relacionamento, as loucas histórias da sua vida, que mesclam realidade com
fantasia. Só assistindo até o final – se sobreviver à enchente de lágrimas que
você irá expelir, se for fã do cineasta ou cinéfilo de coração mole – que você
vê se as histórias eram reais ou não (ou, dependendo do seu ponto de vista
também). O filme trás grandes nomes no elenco, como Ewan McGregor e Albert
Finney, que interpretam respectivamente Ed Bloom (o contador de histórias que
não é Forrest Gump) jovem e idoso, Helena Bonham Carter, Jessica Lange, Danny
DeVito, entre outros. O filme foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme,
Melhor Diretor, Melhor Trilha Sonora e Canção, mas, infelizmente, recebeu
nenhum dos prêmios.
Menção Honrosa
Grandes Olhos (2014)
O mais recente
longa-metragem de Tim Burton não podia faltar nessa lista. Grandes Olhos –
prefiro chamar pelo título original, Big Eyes – conta a história real da
pintora americana Margaret Keane, interpretada brilhantemente por Amy Adams,
que pintava quadros peculiares de crianças tristes com olhos gigantescos –
Burton se inspirou nos quadros da artista para criar suas personagens de
animações como Vincent, O Estranho Mundo de Jack, A Noiva Cadáver e Frankenweenie
-. Sua arte, porém, levava o nome de seu marido manipulador, Walter Keane
(Christoph Waltz), que se dizia artista, mas nunca estudou arte na vida e
roubava obras de artistas franceses desconhecidos para colocar seu nome. O
filme é um ótimo drama bibliográfico misturado com terror psicológico. Apesar
da temática mais “séria”, é possível ver rapidamente em algumas cenas a marca
registrada de Burton: uma boa bizarrice.