Há algum tempo, não muito distante dos tempos atuais - qual
foi dessa parada dramática? -, escrevi um “Top 5” dos melhores filmes do Tim
Burton. Agora, depois de mais análises críticas e conhecimentos a respeito das
obras do grande mestre do cinema moderno, resolvi reescrever essa lista,
acrescentando mais cinco filmes e trocando alguns de suas posições.
Portanto... aí vai o “Top
10 – Melhores filmes dirigidos por Tim Burton”, do Aluado – vale lembrar que
são somente os filmes DIRIGIDOS pelo cineasta. Então, por mais que eu goste de “O
Estranho Mundo de Jack”, dirigido por Henry Sellick, este não está na lista -.
10 – A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005)
Talvez seja esse um
dos únicos remakes realmente bons já feitos. A versão mais recente de “A
Fantástica Fábrica de Chocolate” é, curiosamente, menos tensa que o clássico de
1971, dirigido por Mel Stuart e estrelado por Gene Wilder. Sim, mesmo sendo um
filme de Tim Burton, o filme de 2005 é mais “light” que o original, que ainda
consegue assustar tanto crianças quanto adultos. Fora isso, Burton fez um ótimo
trabalho no longa-metragem, inserindo seus elementos típicos, como gigantescos
e belos cenários distorcidos, personagens sarcasticamente simpáticos e uma
ótima trilha sonora de Danny Elfman (ótima mas não tão marcante quanto a trilha
de Anthony Newley). Há cenas nesse remake mais fieis ao livro de Roald Dahl,
como a ótima sequência na sala de seleção de nozes, onde foram usados mais de
40 esquilos de verdade treinados.
Essa interessante
adaptação do conto de Washington Irving possui um dos visuais mais
impressionantes que já vi em um filme (até pelo fato de ter sido um dos
primeiros do Burton que assisti). Diferente do conto original, o filme possui
uma história mais extensa, para dar uma trama a mais. É estrelado por
Johnny Depp, Christina Ricci, entre outros astros e estrelas famosos. Sucesso
de público e crítica especializada, o filme foi indicado a 3 Oscars, porém
venceu apenas na categoria de Melhor Direção de Arte.
8 – Batman (1989)
Estrelado por Michael
Keaton, no papel do homem morcego, e Jack Nicholson, atuando brilhantemente
como o Coringa, o filme foi bastante diferente da cômica série de televisão,
pois Burton optou por fazer algo semelhante às antigas HQs, com o clima mais
sombrio e adulto. O resultado foi um grande sucesso financeiro e crítico,
arrecadando mais de US$ 400 milhões de bilheteria. Pode-se dizer que Batman de
Tim Burton revolucionou os filmes de super-heróis, que não faziam sucesso desde
Superman de Richard Donner (1978). O filme venceu um Oscar na categoria de
Melhor direção de Arte.
7 – Batman: O Retorno (1992)
A única sequência
dirigida por Burton – única ainda, pois nunca mais tocaram no assunto da
continuação de Beetlejuice – jamais foi planejada pelo cineasta. Tim não gosta
de continuações, porém, devido ao estrondoso sucesso do primeiro Batman, a
Warner Brothers exigiu novos filmes do Morcegão. E o resultado foi: o melhor
filme do Homem-Morcego feito até agora, na minha humilde opinião. A brilhante
atmosfera “Burtoniana” misturada com as das clássicas HQ’s mais sombrias do
Homem Morcego retornam fortemente nesse novo filme, além da ótima escolha dos
vilões: Pinguim e Mulher Gato, que jamais serão superados no cinema por ninguém
além de Danny DeVito e Michelle Pfeiffer.
6 – Beetlejuice: Os Fantasmas Se Divertem (1988)
O primeiro grande
sucesso de Tim Burton foi o filme que deixou o estilo único do cineasta
registrado até hoje. Quando o casal Maitland morre em um acidente de carro, os
espíritos destes ficam presos na sua antiga casa. Quando novos moradores
chegam, os dois pedem ajuda ao “exorcista de humanos” Besouro Suco,
brilhantemente interpretado por Michael Keaton, para expulsar as entidades vivas
do lar. Beetlejuice é uma ótima mistura de comédia, terror, bizarrices e
diversão, servida ao peculiar estilo Burton para adultos e crianças de várias
gerações. O sucesso do filme foi tão grande que, em 1989, ganhou uma série
animada produzida por Burton. Ainda aguardo ansiosamente uma possível
continuação de Os Fantasmas Se Divertem.
Considerado por
muitos fãs do cineasta seu melhor trabalho já feito, esse perturbador e
brilhante longa-metragem é baseado no musical da Broadway de Patrick Quentin,
que estreou no final da década de 70 e está nos palcos até os dias de hoje. O
filme tem as músicas e letras adaptadas de Stephen Sondheim, compositor da peça
original, com brilhantes performances, principalmente de Helena Bonham-Carter e
Johnny Depp; este último foi indicado ao Oscar de Melhor Ator, em 2008, pelo seu
papel do injustiçado e vingativo barbeiro. O filme ganhou um Oscar na categoria
de Melhor Direção de Arte.
4 – A Noiva Cadáver (2005)
Nessa brilhante e
bizarra animação stop-motion, acompanhada com o tão perfeito visual à lá Tim
Burton, o Joven Victor Van Dort (voz original de Johnny Depp) casa-se
acidentalmente com Emily, a Noiva Cadáver (voz original de Helena Bonham
Carter), e, com isso, é levado do mórbido mundo dos vivos para o submundo dos
mortos, onde tudo é festa e diversão. O filme conta com uma belíssima trilha
sonora de Danny Elfman (que “novidade”), onde o piano tem destaque. Foi
indicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação, porém não levou o prêmio.
3 – Ed Wood (1994)
A cinebiografia do
excêntrico diretor hollywoodiano, Ed Wood, considerado o pior cineasta de todos
os tempos, é focado nos projetos de seus filmes de maiores
"sucessos", como: Glen ou Glenda, A Noiva do Monstro e Plano 9 do
Espaço Sideral. O longa-metragem, que possui uma excelente fotografia em preto
e branco, também mostra a grande amizade entre o diretor com o ator Béla
Lugosi, interpretado por Martin Landau, que recebeu o Oscar de Melhor Ator
Coadjuvante, pelo seu papel. Johnny Depp interpreta perfeitamente o bizarro
cineasta em um dos melhores filmes do gênero biografia. Além do prêmio de
Melhor Ator Coadjuvante, Ed Wood venceu também na categoria de Melhor
Maquiagem.
2 – Edward Mãos de Tesoura (1990)
Uma história de amor
simples, porém extremamente cativante e inesquecível. Considerado um dos longas-metragens
mais bonitos do cinema da década de 90, o primeiro filme da parceria entre
Johnny Depp e Tim Burton é um moderno conto de fadas que aborda e critica os
convívios e diferenças sociais. Inspirado no clássico The Cabinet of Dr.
Caligari (de Robert Wiene), Depp desempenhou perfeitamente o seu papel,
tornando-se ícone mundial; no filme, seu personagem diz apenas 169 palavras.
Também estão no elenco: Winona Ryder e Vincent Price, interpretando seu último
papel no cinema, pois veio a falecer 3 anos depois do filme. A maquiagem do
personagem de Depp demorava 1 hora e 45 minutos pra ficar pronta. Tal recurso deu
ao filme uma indicação ao Oscar de Melhor Maquiagem, em 1991.
1 – Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003)
Sim! Não foi com Edward Mãos de Tesoura que eu
me desabei em lágrimas, apesar de ter expelido suor dos olhos fortemente quando
o assisti pela primeira vez. Se não aconteceu um tsunami quando conferi o
belíssimo Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas, não sei explicar o que
houve, então. Baseado no livro Big Fish: A Novel of Mythic Proportions, de
Daniel Wallace, o filme conta a história (quer dizer, as histórias) de um pai a
beira da morte que conta para o seu filho, com quem não tem um bom
relacionamento, as loucas histórias da sua vida, que mesclam realidade com
fantasia. Só assistindo até o final – se sobreviver à enchente de lágrimas que
você irá expelir, se for fã do cineasta ou cinéfilo de coração mole – que você
vê se as histórias eram reais ou não (ou, dependendo do seu ponto de vista
também). O filme trás grandes nomes no elenco, como Ewan McGregor e Albert
Finney, que interpretam respectivamente Ed Bloom (o contador de histórias que
não é Forrest Gump) jovem e idoso, Helena Bonham Carter, Jessica Lange, Danny
DeVito, entre outros. O filme foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme,
Melhor Diretor, Melhor Trilha Sonora e Canção, mas, infelizmente, recebeu
nenhum dos prêmios.
Menção Honrosa
Grandes Olhos (2014)
O mais recente
longa-metragem de Tim Burton não podia faltar nessa lista. Grandes Olhos –
prefiro chamar pelo título original, Big Eyes – conta a história real da
pintora americana Margaret Keane, interpretada brilhantemente por Amy Adams,
que pintava quadros peculiares de crianças tristes com olhos gigantescos –
Burton se inspirou nos quadros da artista para criar suas personagens de
animações como Vincent, O Estranho Mundo de Jack, A Noiva Cadáver e Frankenweenie
-. Sua arte, porém, levava o nome de seu marido manipulador, Walter Keane
(Christoph Waltz), que se dizia artista, mas nunca estudou arte na vida e
roubava obras de artistas franceses desconhecidos para colocar seu nome. O
filme é um ótimo drama bibliográfico misturado com terror psicológico. Apesar
da temática mais “séria”, é possível ver rapidamente em algumas cenas a marca
registrada de Burton: uma boa bizarrice.
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