Ele voltou! Depois de 12 anos longe do personagem que
praticamente o lançou para o estrelato hollywoodiano, Arnold Schwarzenegger
está de volta como o Exterminador T-800 em mais um filme da franquia “O
Exterminador do Futuro”, criada por ninguém menos que James Cameron (Aliens,
Titanic), para fazer a alegria – ou, pelo menos, tentar– dos fãs depois do
descartável Exterminador do Futuro 4 – A Salvação.
Esse quinto
longa-metragem da franquia, porém, pode também ser considerado descartável por
quem considera os clássicos de 1984 e 1991 os únicos filmes dignos do nome
“Exterminador do Futuro”. Mas, por outro lado, “O Exterminador do Futuro:
Genesis” (Terminator: Genisys), pode ser ao mesmo tempo desnecessário e
interessante para aqueles que gostam da premissa do universo Terminator e para
quem quer explicações a respeito da viagem no tempo, fator fundamental para
todos os filmes da saga. Na verdade, o filme ora parece uma continuação dos 3
primeiros – o quarto é completamente descartado -, ora um remake feito às
pressas dos dois primeiros, feito para atrair um novo público.
A história do filme
começa em 2029, seguindo a linha ideológica do primeiro filme, com Kyle Reese
(Jai Courtney) sendo enviado para o ano de 1984 por John Coonor (Jason Clarke)
a fim de proteger a futura mãe do líder da resistência, Sarah Connor (Emilia
Clarke), do Exterminador. Até aí, nada é diferente. A história do Exterminador
do Futuro: Genesis começa de verdade quando um acontecimento inesperado ocorre
no exato momento em que Reese é transportado para o passado, mudando, assim, a
realidade; quando o personagem chega em 1984, ele encontra uma Sarah Connor
madura e independente de sua proteção, por ser, nessa realidade protegida por
um velho T-800 (Schwarzenegger), chamado pela garota de “Papi” (Pops).
O desenrolar da trama
torna-se confuso ao usar em demasia a questão de viagem no tempo, por amis que
tal recurso seja fundamental para o desenvolvimento da história, o que torna o
novo filme da franquia do Exterminador um tanto complicado de se entender e,
diferente dos anteriores, complexo a ponto de deixar várias perguntas na cabeça
de quem assiste. Ao mesmo tempo que o filme não traz grandes novidades,
principalmente por mais parecer um “filme-homenagem” - assim como fora Jurassic
World - aos clássicos de 1984 e 1991, o longa possui ótimas referências e
perfeitas reconstruções de cenas do primeiro longa, ao brincar com a viagem no
tempo. Talvez, o momento mais impressionante do filme e que, pelo trailer,
seria o que realmente faria o público mais velho vibrar é a cena em que o T-800
velho enfrenta o jovem que acabara de chegar em 1984; a sequência de ação, de
fato, empolga, porém o mais legal dela é o fato de acontecer em um determinado
momento inesperado do novo longa-metragem.
Todo o conceito de
tempo, porém, como já foi dito, perde a linha da meada, criando uma situação,
ora inteligente, ora exagerada, que reconstrói a história da franquia de uma
maneira um tanto inusitada, colocando Kyle Reese como o herói protagonista e
John Connor o vilão da história. Talvez essa bagunça de viagem no tempo, que
deixará muita gente confusa (recomendo que vocês assistam ao filme mais de uma
vez), seja fundamental pelo fato dela ter sido ocasionada por ninguém menos que
Matt Smith, nosso eterno 11th Doctor (Doctor Who), que interpreta a
inteligência artificial Skynet.
Apesar de escorregar
no roteiro, o filme tem um desenvolvimento bem movimentado, o que garante
diversão, apesar das dores de cabeça devido à história. Jai Courtney não é
muito carismático, mas consegue ter ritmo ao interpretar seu personagem, assim
como Emilia Clarke. Jason Clarke interpreta um John Connor antagonista pouco
assustador como os demais vilões da franquia, mas consegue fazer o público
sentir raiva de sua personagem e torcer para Schwarzenegger que retorna no seu
icônico T-800, agora com mais emoções “humanas”. Arnold está velho, porém não
obsoleto, como diz a nova frase de feito do filme que substitui “Hasta la
vista, baby!”, e isso é mostrado da melhor maneira das cenas de ação com
bastante pancadaria e efeitos visuais sem exageros.
Concluindo, O
Exterminador do Futuro: Gênesis não é um filme realmente necessário, tampouco
uma obra inovadora cinematográfica que deixará a todos os fãs do gênero ficção
científica com os cabelos em pé, mas é sim uma boa tentativa de reconstruir uma
das franquias mais importantes da sétima arte. É recomendado que vocês fiquem
para ver os créditos, pois no meio desses há uma cena extra indicando a
possibilidade de que o Exterminador voltará.
O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS (Terminator: Genisys)
Direção: Alan Taylor
Produção: Megan Ellison e David Ellison
Roteiro: Laeta Kalogridis e Patrick Lussier
Trilha Sonora: Lorne Balfe/Hans Zimmer
Elenco:
Arnold Schwarzenegger, Jai Courtney, Emilia Clarke, Jason Clarke, Matt Smith,
J.K. Simmons, Lee Byung-hun, entre outros
EUA, 2015 – 2h 06 min
Nota: 7
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