domingo, 26 de julho de 2015

O Exterminador do Futuro: Gênesis - Crítica

Ele voltou! Depois de 12 anos longe do personagem que praticamente o lançou para o estrelato hollywoodiano, Arnold Schwarzenegger está de volta como o Exterminador T-800 em mais um filme da franquia “O Exterminador do Futuro”, criada por ninguém menos que James Cameron (Aliens, Titanic), para fazer a alegria – ou, pelo menos, tentar– dos fãs depois do descartável Exterminador do Futuro 4 – A Salvação.

 Esse quinto longa-metragem da franquia, porém, pode também ser considerado descartável por quem considera os clássicos de 1984 e 1991 os únicos filmes dignos do nome “Exterminador do Futuro”. Mas, por outro lado, “O Exterminador do Futuro: Genesis” (Terminator: Genisys), pode ser ao mesmo tempo desnecessário e interessante para aqueles que gostam da premissa do universo Terminator e para quem quer explicações a respeito da viagem no tempo, fator fundamental para todos os filmes da saga. Na verdade, o filme ora parece uma continuação dos 3 primeiros – o quarto é completamente descartado -, ora um remake feito às pressas dos dois primeiros, feito para atrair um novo público.

 A história do filme começa em 2029, seguindo a linha ideológica do primeiro filme, com Kyle Reese (Jai Courtney) sendo enviado para o ano de 1984 por John Coonor (Jason Clarke) a fim de proteger a futura mãe do líder da resistência, Sarah Connor (Emilia Clarke), do Exterminador. Até aí, nada é diferente. A história do Exterminador do Futuro: Genesis começa de verdade quando um acontecimento inesperado ocorre no exato momento em que Reese é transportado para o passado, mudando, assim, a realidade; quando o personagem chega em 1984, ele encontra uma Sarah Connor madura e independente de sua proteção, por ser, nessa realidade protegida por um velho T-800 (Schwarzenegger), chamado pela garota de “Papi” (Pops).

 O desenrolar da trama torna-se confuso ao usar em demasia a questão de viagem no tempo, por amis que tal recurso seja fundamental para o desenvolvimento da história, o que torna o novo filme da franquia do Exterminador um tanto complicado de se entender e, diferente dos anteriores, complexo a ponto de deixar várias perguntas na cabeça de quem assiste. Ao mesmo tempo que o filme não traz grandes novidades, principalmente por mais parecer um “filme-homenagem” - assim como fora Jurassic World - aos clássicos de 1984 e 1991, o longa possui ótimas referências e perfeitas reconstruções de cenas do primeiro longa, ao brincar com a viagem no tempo. Talvez, o momento mais impressionante do filme e que, pelo trailer, seria o que realmente faria o público mais velho vibrar é a cena em que o T-800 velho enfrenta o jovem que acabara de chegar em 1984; a sequência de ação, de fato, empolga, porém o mais legal dela é o fato de acontecer em um determinado momento inesperado do novo longa-metragem.
 Todo o conceito de tempo, porém, como já foi dito, perde a linha da meada, criando uma situação, ora inteligente, ora exagerada, que reconstrói a história da franquia de uma maneira um tanto inusitada, colocando Kyle Reese como o herói protagonista e John Connor o vilão da história. Talvez essa bagunça de viagem no tempo, que deixará muita gente confusa (recomendo que vocês assistam ao filme mais de uma vez), seja fundamental pelo fato dela ter sido ocasionada por ninguém menos que Matt Smith, nosso eterno 11th Doctor (Doctor Who), que interpreta a inteligência artificial Skynet.

 Apesar de escorregar no roteiro, o filme tem um desenvolvimento bem movimentado, o que garante diversão, apesar das dores de cabeça devido à história. Jai Courtney não é muito carismático, mas consegue ter ritmo ao interpretar seu personagem, assim como Emilia Clarke. Jason Clarke interpreta um John Connor antagonista pouco assustador como os demais vilões da franquia, mas consegue fazer o público sentir raiva de sua personagem e torcer para Schwarzenegger que retorna no seu icônico T-800, agora com mais emoções “humanas”. Arnold está velho, porém não obsoleto, como diz a nova frase de feito do filme que substitui “Hasta la vista, baby!”, e isso é mostrado da melhor maneira das cenas de ação com bastante pancadaria e efeitos visuais sem exageros.

 Concluindo, O Exterminador do Futuro: Gênesis não é um filme realmente necessário, tampouco uma obra inovadora cinematográfica que deixará a todos os fãs do gênero ficção científica com os cabelos em pé, mas é sim uma boa tentativa de reconstruir uma das franquias mais importantes da sétima arte. É recomendado que vocês fiquem para ver os créditos, pois no meio desses há uma cena extra indicando a possibilidade de que o Exterminador voltará.


O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS (Terminator: Genisys)

Direção: Alan Taylor
Produção:  Megan Ellison e David Ellison
Roteiro: Laeta Kalogridis e Patrick Lussier
Trilha Sonora: Lorne Balfe/Hans Zimmer
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Jai Courtney, Emilia Clarke, Jason Clarke, Matt Smith, J.K. Simmons, Lee Byung-hun, entre outros
EUA, 2015 – 2h 06 min

Nota: 7

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